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Mais 20 casos de hanseníase estão sendo notificados hoje em Ribeirão Preto apenas por um médico

Data de publicação: 10/12/2021
Mais 20 casos de hanseníase estão sendo notificados hoje em Ribeirão Preto apenas por um médico
Menina de 7 anos, com formigamento e dormência nos pés desde os 4

 

O médico dermatologista e hansenologista Fred Bernardes Filho está notificando hoje, 10/12, mais 20 casos de hanseníase em Ribeirão Preto, somando 79 novos pacientes de hanseníase apenas nos últimos dois meses.

Somente em 2021 ele notificou 157 casos à Vigilância Epidemiológica do município. Dos casos enviados hoje, um é em menor de 15 anos de idade – o que abre um sinal de alerta, pois aponta transmissão ativa na comunidade. “Para adoecer com hanseníase, é necessária convivência prolongada com um paciente sem tratamento, geralmente em média de 3 a 5 anos, por isso, nos preocupamos com o diagnóstico em crianças”, explica o médico.

Claudio Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, (SBH), alerta que é preocupante o índice zero ou próximo a isso de novos diagnósticos em inúmeras localidades brasileiras. “Sendo o Brasil um país de alta endemicidade para a hanseníase, o que preocupa é a falta de diagnóstico em muitos municípios. O exemplo de Ribeirão Preto mostra que os casos de doentes que convivem há vários anos com a hanseníase estão sendo percebidos. A SBH já vem denunciando a endemia oculta desta doença no país – são diagnósticos que estão por ser descobertos”.

Quase todos os dias o médico Fred Bernardes diagnostica um novo caso em seu consultório ou em plantão. Na grande maioria das vezes, o paciente chega com relato de dores no corpo, formigamento ou dormência nos pés ou braços. As manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele e que já apresentam diminuição de sensibilidade ao frio, ao calor, ao toque ou mesmo à dor – sinal importante da doença – não foram avaliadas nas inúmeras visitas anteriores a serviços de saúde públicos ou particulares. Os pacientes, geralmente, estão com hanseníase agravando dia após dia e transmitindo a seus comunicantes há vários anos – o paciente em tratamento regular não transmite mais a doença.

Apenas nos últimos dois meses, o hansenologista, membro da Sociedade Brasileira de Hansenologia, enviou os seguintes casos à Vigilância Epidemiológica para notificação no sistema SUS:

08/10 - 10 CN (casos novos)
20/10 - 4 CN (sendo 1 menor 15 anos)
22/10 - 3 CN
25/10 - 2 CN
26/10 - 2 CN
10/11 - 31 CN
12/11 - 7 CN
10/12 - 20 CN (sendo 1 menor 15 anos)

A história da família com hanseníase

Há poucos dias, Fred diagnosticou uma criança de 7 anos com hanseníase. A menina tem convênio médico e já passou por várias consultas e serviços de saúde sem ser diagnosticada. Desde os 4 anos, sente dormência e formigamento nos pés. Anteriormente, Fred diagnosticou o bisavô com hanseníase em um serviço de emergência e diagnosticou também seus 3 filhos – um deles é a avó da criança que, pelo histórico familiar, suspeitou da doença na criança e procurou o mesmo médico.

O bisavô diagnosticado chegou no serviço de emergência do hospital com pré-diagnóstico de trombose. Segundo o médico, diagnósticos equivocados são comuns no paciente de hanseníase. “A doença é confundida com artrite, artrose, trombose, fibromialgia,

Infarto, diabetes, problemas ortopédicos e outras”, alerta o dermatologista, doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina USP/Ribeirão Preto.

Isso porque o bacilo causador da hanseníase afeta os nervos e os sinais são parecidos com os de outras doenças. O diagnóstico da hanseníase é clínico – o médico avalia vários sinais e sintomas no paciente e pode solicitar exames adicionais.

Recentemente, Bernardes Filho publicou artigo relatando uma série de casos diagnosticados em serviço de emergência hospitalar que foram encaminhados com outros diagnósticos na revista Brazilian Journal of Infectious Diseases. Após os casos publicados, outros pacientes já foram diagnosticados nas mesmas condições.

É comum o diagnóstico tardio da doença – o paciente convive com a hanseníase por vários anos sem ser percebido. Hanseníase é uma doença infecciosa e toda vez que um paciente é diagnosticado, recomenda-se que seus familiares mais próximos também sejam examinados. A chance de descobrir mais alguém com a doença chega a ser até 8 vezes maior entre os comunicantes. Fred tem, em seu consultório, uma planilha com histórico de 215 pacientes de hanseníase dentre os casos novos de 2021 e os casos diagnosticados em anos anteriores e que ainda seguem em tratamento.

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