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Explanação oral e documentação apresentada pela SBH na CONITEC sobre o MDT-U

Data de publicação: 06/12/2018

 

No dia 5 de dezembro de 2018, tivemos mais uma etapa de uma possível implantação do esquema curto, de 6 doses, para todos os pacientes de hanseníase no Brasil, chamado de MDT-U. Estive em reunião na CONITEC, que é o órgão do Ministério da Saúde responsável pela incorporação de novas tecnologias no SUS. 

Pois bem, estávamos como convidados nós, da SBH, a sociedade que lida diretamente com a doença, e apenas duas das 6 especialidades das quais somos área de atuação na Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), coincidentemente as únicas duas sociedades que estão apoiando a implantação do MDT-U no Brasil, o que foi corroborado na reunião de hoje. As outras quatro sociedades que não estão apoiando a implantação do esquema curto, Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) e a Saúde Pública, simplesmente não foram convidadas. Por que? Perguntei isso lá. Vamos ver o que vem na ata da reunião.

Ouvi o mesmo de sempre, que o estudo brasileiro é robusto e que, ora, é brasileiro! Feito por pesquisadores brasileiros! E que este fato aumenta a importância do estudo! Ué? Onde eu aprendi ciência, me disseram que ciência é ciência, independente de onde é feita. Temos que focar nos dados, não em quem os produziu. Me parece que a lucidez de Gilson Volpato tem também tentado nos fazer entender isso, mas não é fácil, não é simples. Como é que um estudo que tem 7 recidivas no esquema MDT-U, contra apenas 1 no esquema normal, pode ser robusto? Como um estudo com antibióticos, que não testa a viabilidade da bactéria, pode ser robusto? Como um estudo que não avalia a situação dos nervos dos pacientes em uma doença neural pode ser robusto? Talvez eu tenha perdido a capacidade de entender o significado de robustez. Para mim, seria um estudo que não deixa nenhuma dúvida para qualquer pesquisador mediano que o avalie. É o caso? Vejamos os que dizem que o estudo é robusto: SBD e SBMFC.

Agora os que dizem que precisamos de mais dados: SBH, SBI, ABN, SBCM, Sociedade Indiana de Dermatologia, Venereologia e Hansenologia, junto com vários outros hansenólogos mundo afora, de Ben Naafs e Robert Gelber, à Joel Almeida e Narasimha Rao, além da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso mesmo, a OMS também acha que não temos estudos robustos, e publicou os seus guidelines sem o MDT-U, que só deve ser revisto em 2022. Mas o Brasil segue querendo implantar o esquema curto para todos, enquanto, só como exemplo, o grupo da tuberculose acaba de aumentar o tempo de tratamento de pacientes com casos mais graves. Estamos assim! Só um adendo, sou sócio titular da SBD. Não fui perguntado se era contra ou à favor do MDT-U. Sou contra. Será que todos os outros quase 8 mil sócios estão à favor?
Ouvi também críticas fortes à OMS, de todos os convidados pela CONITEC que estavam na mesa junto comigo, além de ouvir do coordenador da pesquisa brasileira! Aí fico sem compreender. Quando a OMS decide por alguma coisa que temos interesse, ela é ótima, quando está contra, é péssima? Como assim? Espero que a ata seja fidedigna do que acontece ali.

Enquanto estou no avião, retornando para casa angustiado com a situação, porém firme e com a certeza de ter cumprido o meu dever como presidente da SBH, os membros da CONITEC discutem o que fazer. Esperemos que decidam pelo certo, e o certo hoje é não diminuirmos o tempo de tratamento dos pacientes de hanseníase. Não tenho dúvidas disso. O que fazer? Qual a situação epidemiológica no Brasil e no mundo? No link https://1drv.ms/b/s!AgazzroVWpvOiYQDvr5mizbepgWLEw está a minha apresentação na íntegra, com todos os documentos anexados. É só ler. Basta ler. É simples, bem simples. E os pacientes? Bem, os pacientes não têm alternativa, e precisam de proteção. Diminuir o tempo de tratamento não vai trazer proteção a eles. Na Índia, os pacientes foram até a suprema corte contra esta diminuição no tempo de tratamento, e para que a verdade sobre o número de casos fosse mostrada. Com a palavra, o MORHAN, que estava na mesa, como convidado, assim como a SBH.

Veja o documento na íntegra.

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