O 14° Congresso Brasileiro de Hansenologia, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), entidade que completa 70 anos de fundação em 2018, começou nesta quarta-feira, 8/11/2017, em Belém (PA). O evento reúne grandes especialistas brasileiros e estrangeiros, dentre profissionais de saúde (médicos fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos etc.), além de historiadores e outros pesquisadores.
A SBH lançará um desafio aos profissionais de saúde para que somem esforços no intuito de ampliar o diagnóstico em todo o território nacional. O Brasil é o 2° país com mais casos notificados de hanseníase – atrás da Índia – e o estado do Pará é considerado hiperendêmico para a hanseníase.
Programa
08/11 – 4ª feira – a partir de 8h – Hospital Dr. Marcello Candia e Centro de Convenções Hangar
Durante o dia, acontecem cursos sobre úlcera e cicatrização, órtese e prótese, no hospital Marcello Candia. No Centro de Convenções Hangar, é realizada a prova para obtenção de certificado na área de atuação em Hansenologia. A SBH alerta para a necessidade de mais profissionais para atuarem no diagnóstico precoce e no combate à doença no Brasil. A prova acontece a cada três anos e, neste ano, 39 médicos estão fazendo a prova durante todo o dia.
09/11 – 5ª feira – a partir de 8h – Centro de Convenções Hangar
Temas do dia: prevenção de incapacidades, reabilitação, exame dermatoneurológico para hanseníase, clínica médica, cirurgia, terapêutica, epidemiologia e controle, história, ciências sociais e educação em saúde, diagnósticos diferenciais das neuropatias e outros assuntos.
Atividade cultural – às 18h, começa a cerimônia oficial de abertura do congresso com apresentação do Projeto Itinerante Por do Som.
Conferência de abertura – às 19h, o presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, profere a conferência e fala sobre os desafios para o combate à doença no país, os números e o cenário atual da hanseníase e as ações educativas que a SBH realizou durante o ano, em várias cidades brasileiras, para orientar a população sobre a doença, dentre elas, a campanha nacional “Todos Contra a Hanseníase”.
Hanseníase no Brasil e no Pará – às 19h30, representantes do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde falam sobre o panorama da doença no Brasil e no estado.
10/11 – 6ª feira – a partir de 8h – Centro de Convenções Hangar
Haverá uma mesa redonda com o tema Hanseníase: o Brasil precisa falar e agir sobre isso. Vários profissionais apresentarão resultados de ações de busca ativa de casos e treinamento de profissionais de saúde em várias regiões brasileiras, incluindo ações de sucesso que mereceram reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS). Com a coordenação do presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, e do vice-presidente Claudio Guedes Salgado, a mesa trará os casos de Brasília (DF), Jardinópolis (SP), Mosqueiro/Belém (PA), Roraima, Piauí e Palmas (TO). Algumas localidades eram consideradas não endêmicas e as ações de busca de casos reverteram o cenário.
Outros assuntos estarão em pauta: movimentos sociais e direitos humanos, hanseníase em populações especiais (presídios, colônias, indígenas, centros religiosos e crianças), além de avanços em diagnósticos, perspectivas para o combate à doença no Brasil, abordagens inovadoras para intensificar esforços para erradicação da hanseníase, reabilitação em hanseníase – novas experiências, cirurgia, tratamento odontológico em paciente de hanseníase etc.
Café Científico Lepra x Hanseníase – profissionais de saúde e história vão debater o assunto sob aspectos sociais, psicológicos, históricos etc., às 10h30, com participação do presidente da SBH, do historiador Reinaldo Bechler, representante da Dahw no Brasil (entidade alemã que atua no combate à hanseníase em vários países), a enfermeira Marinês Uhde, profissional de saúde e também vítima da hanseníase, a historiadora Yara Nogueira Monteiro, a educadora Silvana Nascimento.
11/11 – sábado – a partir de 8h – Centro de Convenções Hangar
Durante todo o dia haverá várias mesas redondas com os temas: casos especiais e reações em hanseníase, necessidade de novas drogas e/ou esquemas de tratamento, imunoprofilaxia em hanseníase – avanços, reações hansênicas e aspectos biológicos do Mycobacterium leprae. O congresso termina 18h.
Cenários da hanseníase no Brasil
Pará, Mato Grosso, Maranhão, Roraima, Mato Grosso do Sul e Tocantins são os estados brasileiros com altos índices de hanseníase. Essas regiões são classificadas como hiperendêmicas para a doença. São localidades que alcançam índice entre 30 e 40 casos/10 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a doença está sob controle quando atinge “até” 1 caso/10 mil habitantes de prevalência. Porém, a SBH alerta que existem trabalhos que atestam subnotificação de casos no país; ou seja, uma endemia oculta – o número de doentes pode ser três vezes maior que os dados oficiais. Em 2014, o Brasil foi responsável por 90,8% dos casos de hanseníase nas Américas e diagnosticou mais de 31 mil casos novos; ou seja, pouco menos que os casos de HIV/AIDS no país.
Hanseníase em crianças
É alto o número de menores de 15 anos com hanseníase, o que indica contato da criança ainda muito nova com o bacilo da hanseníase, provavelmente na família ou no ambiente escolar, pois a doença leva de 5 a 10 anos para se manifestar. “O cenário é considerado hiperendêmico para crianças”, diz Cláudio Guedes Salgado, vice-presidente da SBH.
Controle da doença
Hanseníase é doença incapacitante por acometer os nervos periféricos. A transmissão principal se dá de homem doente para homem saudável e a média do percentual de comunicantes (familiares) também doentes gira em torno de 58%. SBH alerta que ainda há muito trabalho a fazer para alcançar o controle da doença no país.
Diagnóstico difícil
A hanseníase não é uma doença fácil para se diagnosticar e os exames existentes são capazes de detectar a bactéria em apenas 50% dos casos, porém os outros 50% apresentam sinais e sintomas que dependem de treinamento profissional para serem diagnosticados e tratados a fim de evitar incapacidades como perda de força das mãos, pés etc.
Sinais da doença
Áreas ou manchas da pele com alteração da sensibilidade ao tato, ao calor e à dor, alteração de pelos e do suor (ausência), além da perda de força nos membros e olhos devem ser sempre mencionados pela hipótese de se tratar de hanseníase, uma doença que tem tratamento gratuito e é curável quando os nervos não se encontram destruídos totalmente.
Agenda
14° Congresso Brasileiro de Hansenologia
Data: 8 a 11/11
Local: Hangar Convenções e Feiras da Amazônica
Endereço: Av Dr. Freitas s/n – Belém do Pará
Programação e inscrições: www.oxfordeventos.com.br/hansenologia2017
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