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Simpósio de Hansenologia discute aspectos históricos da hanseníase

Data de publicação: 31/10/2015

 

Palestra trata do estigma contra filhos de pacientes

Em 1927, foi fundado o primeiro preventório no estado de são Paulo, na cidade de Carapicuíba. Essa instituição destinava-se a abrigar os filhos de pacientes de hanseníase que ficaram desamparados após a internação dos pais.

O tema foi tratado no 8° Simpósio Brasileiro de Hansenologia, que acontece de 30 de outubro a 2 de novembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, pela pesquisadora Claudia Cristina dos Santos Silva, que estudou o assunto para sua dissertação de mestrado em História Social.

Segundo ela, a mesma estrutura de exclusão a que foram submetidos os doentes foi aplicada aos filhos. O Preventório Santa Terezinha funcionou de 1930 a 67. O prédio hoje é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico(CONDEPHAAT) e funciona atualmente como abrigo para crianças vítimas de violência.

Mas a realidade das crianças internadas no antigo preventório acabou sendo motivo de denúncias graves. A presidente da instituição, Margarida Galvão, e equipe foram denunciados por violência, maus tratos, humilhação, abuso sexual e castigos. Senhora respeitada na sociedade à época, acabou não sendo legitimamente responsabilizada. E seus colaboradores, apenas afastados.

As crianças eram retiradas dos pais e ficavam disponíveis no preventório para adoção. Mas mesmo as pessoas que transitavam nas proximidades da instituição eram estigmatizadas pela possibilidade de serem apenas comunicantes dos doentes. Nesse contexto, as crianças não eram adotadas. Filhos recém-nascidosde pais hansênicos eram retirados da família imediatamente após o nascimento e o índice de mortalidade de crianças no preventório era alto.

“Era como um processo de prisão”, disse a pesquisadora referindo-se tanto aos pais quanto aos filhos saudáveis. Ao chegar no preentório, a criança tinha cabelos cortados, perdia todos os seus pertences e recebia um uniforme. “Não havia explicação alguma a elas sobre o motivo de estarem internadas, nem sobre como seria sua vida”, ressaltou Claudia.

Havia muitos casos de irmãos internados, mas isso não significava que eles seguiriam vivendo juntos. Para as crianças que nunca tiveram contato com seus pais, a orientação era que nunca soubessem sobre a família. No caso das que tinham tido relacionamento com a família, havia um processo de desligamento gradual.

Por direito, os pais poderiam visitar filhos e receber notícias. Mas as cartas, em muitos casos, nem eram abertas e simplesmente ficaram depositadas na pasta-prontuário das crianças internas. Na pesquisa, Claudia viu que as correspondências tinham tom de súplica, mas não eram atendidas.

O resultado pode ser exemplificado no caso de um ex-interno do preventório que, durante boa parte de sua vida, acreditou que teria sido abandonado pelos pais, até que teve acesso às várias cartas da mãe pedindo notícias do filho. Mas a mãe já tinha falecido. Quando a instituição respondia aos pais, era sempre em tom burocrático. Os comunicados de morte das crianças às famílias também nem sempre eram feitos.

A senhora Margarida Galvão, por fim, foi apresentada à imprensa como vítima das crianças internadas.

Atualmente, está em discussão no âmbito do Governo Federal a concessão de pensão para os filhos de pacientes de hanseníase cujos pais tiveram internação compulsória.

A palestra “Crianças indesejadas: filhos de ex-pacientes de hanseníase internados compulsoriamente no Preventório de Santa Terezinha-1930-1967” na mesa-redonda “Aspectos históricos da hanseníase e o hoje”, coordenada por Wagner Nogueira, médico da Fundação Paulista Contra a Hanseníase, e Yara Nogueira Monteiro, historiadora do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP-SP.

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