Congresso de Hansenologia promove Café Científico “Lepra x Hanseníase”

A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) e a DAHW Brasil promoverão o I Café Científico durante o 14° Congresso Brasileiro de Hansenologia, que será realizado de 8 a 11 de novembro de 2017, em Belém do Pará. O evento acontecerá no dia 10, às 10h30.

O debate com o tema “Lepra versus Hanseníase: o que mudou?” é organizado pelo historiador Reinaldo Bechler, gerente nacional da DAHW Brasil, ong alemã com atuação em vários países no combate à hanseníase, e pela professora Silvania Nascimento, diretora de Divulgação Científica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“A questão lepra e/ou hanseníase carrega consigo instigantes controvérsias, que precisam ser encaradas por todos os setores técnicos e sociais envolvidos com essa doença milenar. É hora de realizarmos esse debate de maneira aberta, dando voz e representatividade a diferentes atores: cientistas, sociedade civil organizada, gestores, pessoa acometida etc. A hanseníase é um grave problema social do nosso país, que ainda clama por soluções concretas e efetivas, que dificilmente serão construídas por cada um desses atores separadamente, sem a riqueza da controvérsia”, explica Bechler, doutor em História Contemporânea pela Universidade de Würzburg, na Alemanha, pós-doutorado em História da Ciência e em Educação Científica e Tecnológica.

O presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, alerta para a importância do papel da sociedade civil na difusão de informações sobre a hanseníase. “É uma doença curável, com tratamento gratuito em todo o Brasil, mas, lamentavelmente, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial da doença, atrás da Índia. É preciso colocar o tema na escola, nas conversas de famílias, nos clubes de serviço e em toda a sociedade para enfrentarmos o preconceito e o medo presentes ainda hoje. Não há motivo para o não enfrentamento. Afinal, temos tratamento e quanto antes o diagnóstico dos doentes, mais qualidade de vida podemos garantir à população, sem sequelas, sem afastamento do convívio e do trabalho e sem medo”, alerta.

Dentre os debatedores, estão a historiadora Yara Monteiro, do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP-SP; a enfermeira Marinês Uhde, ex-portadora de hanseníase, e o presidente da SBH, Marco Andrey, com mediação da jornalista Blanche Amancio Silva.

Hanseníase
Doença transmitida por um bacilo, provoca manchas esbranquiçadas e avermelhadas na pele, com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, frio, toque e à dor. O tratamento é gratuito em todo o território nacional. É a doença infecciosa que mais causa cegueira. Os exames conseguem detectar cerca de 50% dos casos. O diagnóstico depende de experiência médica e do exame clínico.

A SBH realiza treinamento/atualização para profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas etc. – em todo o Brasil. Também é a responsável pela certificação dos médicos hansenologistas no Brasil e, desde o início do ano, promove a campanha nacional Todos Contra a Hanseníase, com distribuição de cartilha educativa à população, palestras, vídeos e ações com o mascote Profi, boneco e porta-voz da campanha que difunde orientações e esclarecimentos à população através da rede social Facebook, no endereço todoscontraahanseniase, e também participa de ações educativas e lúdicas em escolas de ensino fundamental e médio, universidades, congressos, empresas, campanhas de saúde etc.

AGENDA
14° Congresso Brasileiro de Hansenologia
Data: 8 a 11/11/2017
Local: Centro de Convenções Hangar
Endereço: Av. Dr. Freitas s/n
Inscrições e informações: www.oxfordeventos.com.br/hansenologia2017
O Café Científico terá transmissão ao vivo: www.facebook.com/fundhansdahw e www.facebook.com/SBHansenologia