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Sociedade Brasileira de Hansenologia quer somar esforços com o governador eleito em Minas Gerais

Data de publicação: 19/11/2018

 

A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), entidade médica que completa 70 anos em 2018, foi surpreendida com a declaração do governador eleito em Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo). Em entrevista em rede estadual de TV, Zema declarou: "Eu até, em alguns momentos, fui tratado como leproso. Nunca tinha sido na minha vida”. A declaração está no link https://glo.bo/2qkTfMU. Em conversações com a equipe do governador eleito, Romeu Zema se pronunciou: “Usei o termo no coloquial, como uma expressão já realmente vencida, muito em causa de não lidar com a temática como vocês especialistas na área. Peço desculpas, e já revi o termo usado no meu vocabulário. No entanto, venho de uma região que é referência na saúde pública no tratamento da hanseníase. E como governador eleito de Minas Gerais, vamos levar essa excelência para todas as regiões do estado”.

Para o presidente da SBH, Claudio Salgado, “o uso da expressão de forma errônea ainda é comum, mas é louvável a atitude do governador eleito em Minas Gerais como exemplo e alerta à sociedade brasileira”.

Segundo Salgado, “a falta de informação é um dos grandes problemas que dificultam o enfrentamento e a busca do controle da hanseníase no Brasil. A doença está esquecida e o Brasil é o 2° país em número de casos, atrás apenas da Índia. Hanseníase é uma doença, e não uma infração. Há cura e o tratamento é gratuito no Brasil, por isso, é importante para toda a sociedade o posicionamento do novo governador mineiro”.

A SBH já se posicionou, junto com Alice Cruz, relatora especial das Nações Unidas para a eliminação da discriminação contra pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares, em alerta por pronunciamentos do presidente francês Emmanuel Macron e do vice-primeiro ministro italiano Luigi Di Maio, que utilizaram o termo lepra de forma descontextualizada.

SBH e Alice Cruz ressaltam que o uso fora de contexto das palavras lepra e leproso amplia o preconceito que até hoje vitima gravemente pacientes, ex-pacientes e familiares de doentes de hanseníase.

“O Brasil tem uma dívida impagável com as vítimas da doença, que foram excluídas do convívio social e perderam todos os contatos com seus familiares. Além disso, crianças sadias, filhas de pais com a doença, foram retiradas de suas famílias e nunca souberam de onde vieram. Muitos ex-pacientes continuam vivendo em antigas colônias de internação compulsória, dependendo de abnegados voluntários”, diz Salgado.

Para a SBH, o tema deveria estar nas escolas. O bacilo que causa a hanseníase está na natureza; ou seja, grande parte da população já teve contato com ele. Felizmente, 90% da população têm resistência à doença, mas não há como identificar quem é vulnerável. “Sabemos que a hanseníase está relacionada à pobreza. Mas temos pacientes de todas as classes sociais”, explica Salgado.

É importante ressaltar que o paciente em tratamento não transmite a hanseníase e não há motivo para afastá-lo do convívio social. O problema é com os inúmeros casos ocultos de hanseníase em todo o Brasil, que não são percebidos nos postos de saúde ou nos hospitais. Esses sim podem estar transmitindo a doença. Por isso, a SBH, com parcerias, promove treinamentos gratuitos para profissionais da atenção básica em todo o Brasil, especialmente em regiões de alta endemicidade.

“O Brasil está longe de conseguir o controle da doença, mas precisamos de atenção das autoridades e já iniciamos as tratativas para uma reunião de trabalho com o governador eleito em Minas Gerais, tão logo esteja empossado, a fim de discutir o problema da hanseníase e trabalhar em políticas efetivas de combate à hanseníase e educação sobre o tema para a população”, diz Salgado.

Minas Gerais tem um importante Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária e Hanseníase (CREDESH), do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)/MG, coordenado pela médica hansenologista Isabela Goulart, que realiza um grande trabalho no combate à doença e é responsável por inúmeros artigos científicos, junto com outros especialistas da SBH, publicados nas mais importantes revistas especializadas do mundo.

Sobre a SBH

Além de realizar os maiores eventos científicos sobre Hansenologia no país – o Congresso Brasileiro, realizado a cada três anos, e o Simpósio Brasileiro de Hansenologia, realizado nos anos intermediários – a SBH é responsável por certificar médicos hansenologistas para atuarem em território nacional, também realiza, em parceria com Ministério da Saúde e várias outras entidades, ações de busca ativa de casos em regiões de alta endemicidade, promove, também com parcerias, cursos de atualização e capacitação de profissionais de saúde e é responsável pela campanha nacional e permanente “Todos Contra a Hanseníase”, uma instância de diálogo com a sociedade para compartilhar informações e combater o preconceito. Essa campanha foi realizada nas 517 escolas estaduais em parceria com a Secretaria de Educação, Juventude e Esportes do estado do Tocantins e está em negociação junto a empreendedores e ONGs na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. De 13 a 17 de novembro, a SBH realizou o congresso comemorativo de 70 anos da entidade em Palmas (TO). Dentre mais de 100 palestrantes brasileiros e estrangeiros, o evento recebeu a relatora Alice Cruz para tratar do tema “Direitos Humanos”.

Veja também

destaques SBH

PARCEIROS SBH
CRNDSHansen
DAHW
CREDESH Centro de Referência Nacional em Hanseníase/Dermatologia Sanitária

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Laboratório de Dermato-Imunologia 
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