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Jardinópolis promove ação contra hanseníase

Data de publicação: 05/08/2016

 

Em novembro de 2015, 15 pessoas, entre adultos e crianças, foram diagnosticadas com hanseníase em Jardinópolis

A Vigilância Epidemiológica de Jardinópolis (interior paulista, município vizinho a Ribeirão Preto) promove, nesta segunda-feira, 08/08, das 8h às 12h, treinamento teórico-prático em hanseníase na Câmara dos Vereadores da cidade. O professor Marco Andrey, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) fará a abertura e o dermatologista Fred Bernardes Filho, também da SBH, conduzirá o treinamento.

Fred Bernardes Filho acaba de assumir como médico da Vigilância Epidemiológica de Jardinópolis. “Vamos promover atualização de todos os profissionais ligados à Secretaria de Saúde e fazer um trabalho intensivo junto aos demais profissionais de saúde e à população no sentido de conscientizar sobre a doença e controlá-la”, explica.

A Vigilância Epidemiológica do município, apoiada pelo Centro de Referência Nacional de Dermatologia Sanitária com Enfoque em Hanseníase (CRNDS-Hanseníase) e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), fará uma nova ação de busca ativa de casos novos de 22 a 25 de agosto. Nessa ação, os agentes comunitários de saúde aplicarão um questionário de suspeição para hanseníase em uma região do município e, após triagem dos questionários preenchidos, aqueles pacientes que tiverem marcação suspeita para doença serão agendados para avaliação. “Faremos exame clínico dermatoneurológico, além de coleta de sangue para antiPGL1, raspado dérmico para PCR, ultrassonografia de nervos periféricos e avaliação de prevenção de incapacidades”, explica Bernardes Filho.

5.000 questionários deverão ser aplicados na população, estimada em 41 mil habitantes. Participarão do treinamento todos os agentes comunitários de saúde do município, equipes de Saúde da Família e fisioterapeutas. O convite foi estendido a todos os demais profissionais de saúde de Jardinópolis. A ação tem apoio da Coordenação da Atenção Básica de Jardinópolis, sob responsabilidade da enfermeira Natália Alves Fernandes Freitas, e da secretária municipal de Saúde, Renata Lucia Pires.

Histórico

Em novembro de 2015, 15 pessoas, entre adultos e crianças, foram diagnosticadas com hanseníase em Jardinópolis, (11,11% dos 135 avaliados), sendo que seis haviam sido diagnosticados nos últimos meses no Pronto Socorro do município pelo dermatologista Fred Bernardes e cinco já estavam em tratamento. Dentre os doentes, 13 apresentaram a forma multibacilar (MHDD) da doença; ou seja, com alta carga de bacilos, e dois apresentaram a forma paucibacilar (MHI), com baixa carga.

A fisioterapeuta Thania Cordeiro, do CRNDS-Hanseníase, avaliou oito pacientes: quatro apresentaram grau de incapacidade física (GIF) 1, com diminuição ou perda de sensibilidade, e os outros quatro tinham GIF 2, que incapacidades ou deformidades mais avançadas. Mais um paciente foi diagnosticado com GIF 1 após a campanha do ano passado.

Cenário da hanseníase no Brasil

O Brasil ainda é o segundo país no mundo em número absoluto de casos, dentre os 213.899 casos diagnosticados no mundo em 2014, ficando atrás apenas da Índia.

Em 2014, o Brasil foi responsável por 90,8% dos casos de hanseníase nas Américas e diagnosticou mais de 31 mil casos novos; ou seja, pouco menos que os casos de HIV/AIDS no país. Quanto à taxa de prevalência (o número de doentes em tratamento para hanseníase em cada 10.000 habitantes), a OMS preconiza 1 caso para 10 mil habitantes para dizer se a doença deixa de ser um problema em saúde em uma determinada região. O Brasil tem um coeficiente nacional de 1,27 casos para 10 mil habitantes.

No entanto, essa é uma situação bastante heterogênea, pois estados como Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins têm índices maiores que o dobro e o Mato Grosso que alcança 10,19. A SBH estima que a doença é subnotificada no Brasil; ou seja, haveria uma endemia oculta, com possibilidade de o número real ser três vezes maior que o notificado oficialmente.

Hanseníase e AIDS

Nos últimos 11 anos, a média de casos de hanseníase chega a 38.584 casos novos/ano e HIV/AIDS conta aproximadamente 39.000 casos/ano. Hoje, o coeficiente de detecção, casos novos de hanseníase no Brasil é de 15,32, considerada alta endemia ainda.

Hanseníase em crianças

É significante o número de casos em menores de 15 anos, o que indica contato muito recente na vida da criança ao bacilo da hanseníase, provavelmente na sua família ou no ambiente escolar. Entre 2004 e 2014, a média de casos em crianças foi de 2.915; isto é, aproximadamente 7,6% dos casos diagnosticados por ano.

Controle da doença

Considerando que se trata de uma doença que é incapacitante por acometer os nervos periféricos, que sua transmissão principal se dá de homem doente para homem saudável e que a média do percentual de avaliação dos comunicantes dos pacientes (familiares) gira em torno de 58%, não fica difícil inferirmos o quanto temos ainda de caminhar para alcançar o controle da doença no país.

Diagnóstico difícil

A hanseníase não é uma doença fácil para se diagnosticar e os exames existentes são capazes de detectar a bactéria em apenas 50% dos casos, porém os outros 50% apresentam sinais e sintomas que dependem de treinamento profissional para serem diagnosticados e tratados a fim de evitar incapacidades como perda de força das mãos, pés etc.

Veja também

destaques SBH

PARCEIROS SBH
CRNDSHansen
DAHW
CREDESH Centro de Referência Nacional em Hanseníase/Dermatologia Sanitária

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