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11ª edição do Simpósio Brasileiro de Hansenologia começa nesta 3ª

Data de publicação: 15/12/2020

 

“Hanseníase e PQT (poliquimioterapia) após 40 anos: cura, falência e resistência” é o tema do 11º Simpósio da sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), que começa nesta terça, 15, e termina dia 17 de dezembro, em plataforma on-line. O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase (perdendo para a Índia, apenas) e recentemente tornou-se o primeiro no ranking mundial em taxa de detecção da doença (antigamente chamada de lepra); ou seja, é o país com maior número de diagnósticos considerando o número de habitantes.

A doença é curável e o tratamento é gratuito pelo SUS. Porém, o país não consegue quebrar a cadeia de transmissão e boa parte da população brasileira já teve contato com o bacilo que causa a hanseníase. Um percentual tem resistência natural, mas não é possível saber quem desenvolverá ou não a doença em contato com o bacilo de Hansen.

A PQT, ou poliquimioterapia, utilizada para tratar a doença é um coquetel de antibióticos usado há quatro décadas, daí os casos de falência de tratamento. Artigos científicos denunciam cepas resistentes no Brasil.

Todo este cenário começa a ser debatido no Simpósio Brasileiro de Hansenologia que reunirá, como é tradição, os maiores especialistas brasileiros e estrangeiros. O simpósio e o Congresso, também realizado pela SBH, são os maiores eventos brasileiros que tratam do tema.

Simpósio

Dentre os especialistas do evento estão o dermatologista e hansenologista Claudio Salgado, doutor em Imunologia da Pele pela Universidade de Tóquio, professor titular da Universidade Federal do Pará, onde atua em um laboratório que foi leprosário e onde desenvolve suas pesquisas, a mais recente publicada em artigo científico e que abre as portas para novos estudos para a cura da hanseníase; Robert Gelber, professor aposentado de Medicina e Dermatologia da University of California, San Francisco; Wim van Brakel, presidente da Comissão Técnica da ILEP (um consórcio internacional de organizações não governamentais que atua no combate à hanseníase) na Federação Internacional de Associações Anti-Hanseníase; Marco Andrey Cipriani Frade, dermatologista, professor titular da Faculdade de medicina USP-Ribeirão Preto e coordenador do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária com Ênfase em Hanseníase; Joel Almeida, especialista em saúde pública na Índia e Reino Unido, tendo atuado junto ao Banco Mundial e OMS em programas de saúde pública, Isabela Goulart, do Centro de Referência Nacional em Hanseníase/Dermatologia Sanitária, dentre outros.

Serão 65 palestrantes, 12 mesas-redondas, duas conferências, três minicursos e 3 simpósios-satélites.

Além da PQT serão debatidos temas como: pesquisas, diagnóstico e tratamento, direitos humanos, formação de profissionais de saúde, prática clínica, neurologia na hanseníase, georreferenciamento na busca ativa de casos da doença, brasileiros com hanseníase no exterior, reabilitação de pacientes etc.

Desabastecimento

A falta dos medicamentos que compõem o esquema poliquimioterápico (PQT) atingiu diversas regiões do país em 2020. A SBH tem monitorado a situação e dialogado com autoridades brasileiras, além da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar que novos cenários de desabastecimento continuem afetando os pacientes. Esses medicamentos são doados pela OMS ao Brasil e distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos pacientes.

O Brasil registra cerca de 30 mil novos casos por ano de hanseníase – número próximo aos casos novos de HIV e AIDS. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial da hanseníase, e concentra 90% dos casos notificados nas Américas.

Cenário no Brasil

O Brasil também tem um índice preocupante de falência de tratamento (quando paciente já cumpriu o tratamento, mas continua apresentando bacilos vivos no organismo) ou recidiva (volta da doença). Também registra números preocupantes de casos em crianças – a hanseníase é uma doença que fica incubada por muitos anos, podendo variar de 5 a 10 anos, e as crianças doentes apontam para uma realidade que denuncia contaminação dentro de casa; ou seja, a família está doente. A triste realidade se reflete também no número alto de benefícios pagos pelo INSS por afastamentos temporários ou permanentes por hanseníase, o que não deveria ocorrer porque a medicação é doada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao Brasil, o exame para diagnóstico é clínico e o tratamento é supervisionado pelas unidades de saúde públicas. É significativo, também, o número de casos de pacientes com sequelas incapacitantes e irreversíveis; os casos de editais que impedem a participação em concursos públicos de pacientes de hanseníase, sendo que em tratamento a transmissão é interrompida e vários candidatos podem estar doentes sem saber – isso porque é muito alto o percentual de doentes que têm seu diagnóstico depois de conviver com a hanseníase por 5, 10 ou mais anos, passando por várias ocasiões pelo sistema público de saúde e recebendo diagnóstico de outras doenças que também afetam os nervos, como artrite ou artrose, por exemplo.

O país ainda sofre com a discriminação nas escolas, nas empresas e no convívio social contra a pessoa diagnosticada com hanseníase que acaba por carregar consigo o estigma por toda a vida.

Os problemas ainda passam pelas universidades que não tratam mais do tema na formação dos profissionais de saúde uma vez que a doença ficou esquecida e é tida como controlada.

Informações sobre inscrições e programação completa estão no site www.sbheventos.com.br .

Veja também

destaques SBH

PARCEIROS SBH
CRNDSHansen
DAHW
CREDESH Centro de Referência Nacional em Hanseníase/Dermatologia Sanitária

Secretaria e correspondências
Laboratório de Dermato-Imunologia 
Universidade Federal do Pará
Av. João Paulo ll , 113
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